A ética da rebeldia

Era muito comum ter-se um conceito ruim a respeito da rebeldia e reprimi-la a todo custo. Este conceito anda mudando vagarosamente. A nova discussão é a respeito de como impor limites à pessoa, através da criação, mas sem podar a rebeldia.

O ato de rebelar-se contra uma determinada situação não é em si uma atitude errada e que deva ser punida. Na verdade, através dela que opera-se mudanças.

Um exemplo fácil de ser lembrado é o movimento feminista. Para a época, aquelas mulheres foram consideradas muito rebeldes, mas se analisarmos melhor, percebemos que elas precisaram ser assim para que se operassem mudanças, que as mulheres de hoje usufruem.

O que seria mais correto é que tanto a liberdade quanto a autoridade tivessem limites para que não existissem casos extremos de rebeldia (rebelar-se sem motivo) e nem de ética (submissão).
É nesse ponto que entram os padrões sociais impostos, chamados de ética, que, muitas vezes, são contrários a personalidade da pessoa, gerando conflitos internos.

Há várias formas de exercer-se a ética, que nada mais é que uma pressão da comunidade sobre a pessoa, norteando-a a formas de comportamento ditos corretos. Algumas dessas formas são o governo, as leis, os costumes e a “consciência”, devendo entender-se esta última como a autocensura que todos nós temos, uns mais, outros menos, mas que nos encaminha para atitudes que nos são mais corretas, sendo tanto a rebeldia quanto a submissão.

Também há o outro lado. É através da ética que ocorre o controle sobre a rebeldia, para que esta não seja meramente um comportamento inconseqüente. Além disso, assegura que haja o respeito mútuo e uma certa ordem, até mesmo no ato de rebelar-se.

Enfim, é necessária uma ponderação sobre qual atitude é a mais adequada para se ter em uma determinada situação, sendo ela classificada como rebelde, ou chamada de ética.

Por: Nathalia S. Patrício
Data: 18/06/2003
Tema: Os padrões sociais e a liberdade de escolha do indivíduo

3 thoughts on “A ética da rebeldia

  1. Interessante. Eu costumava pensar bastante nesse tipo de coisa antigamente. Hoje me ligo a questões mais pragmaticas, que tenham uma ação como consequência do pensamento.

    Mas de qualquer modo, sempre é bom analisar a sociedade e o comportamento humano em geral.

    Se esse texto fizer parte daqueles textos de 17 anos que falaste, parabéns! Se não fizer, parabéns do mesmo jeito! Hehehe

  2. Legal
    É um texto de cinco anos atrás, mas ainda faz sentido hoje em dia

    Bem interessante, agora fiquei curioso para ler outros
    (Eu vi que tem alguns no Stoa, depois eu olho lá)

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