Estou fazendo um curso de capacitação da Fundação Vanzolini chamado Engenharia Comunitária. O curso começou faz um mês, mas já estou gostando bastante.
A primeira coisa que acho muito legal é a diversidade da turma. Os alunos são pessoas que trabalham de alguma forma com a área social: líderes comunitários, funcionários de ONGs, articuladores de movimentos sociais e pessoas ligadas a áreas de responsabilidade social empresarial. Acho que a diversidade tende a contribuir para uma discussão mais rica dos temas.
A outra coisa é o aprendizado de como aplicar ferramentas da engenharia para ajudar a solucionar problemas sociais e ambientais. As ferramentas que estão sendo mostradas no curso não chegam a ser uma novidade para mim, mas o enfoque dado está sendo muito interessante, já que não tive isso em nenhuma disciplina da graduação.
Há duas aulas atrás, o prof Arantes lançou um desafio para a turma: modelar a situação que leva as pessoas pobres estarem atrás dos porcos na cadeia alimentar. Para ilustrar a situação, ele passou o filme curta-metragem Ilha das Flores.
O curta-metragem tem mais de 20 anos, mas continua recente. Quem não assistiu, o filme está disponível no Youtube.
Percebi que modelar o problema do filme é o mesmo que modelar o sistema capitalista atual. Porém, modelar o capitalismo não é nada fácil, ainda não encontrei um modelo bom o suficiente para explicar o problema e isso tem me desafiado. Acho que não só a mim, mas toda turma, já que ainda não houve alguém que conseguiu cumprir o desafio do professor.
Alguém pode me perguntar: mas porque é importante modelar o capitalismo? Ora, enquanto não conseguirmos entender bem as suas diversas dinâmicas não conseguiremos criar soluções boas para combater os problemas decorrentes desse sistema. Ou ainda, não conseguiremos aperfeiçoar o seu modelo para que possamos ter um sistema mais justo para todos.
Sei que esse não é um desafio para uma pessoa só, mas continuo aqui pensando e modelando… Vamos ver se até o fim do curso eu chego mais próxima de algum modelo.