O movimento feminista faz sentido hoje em dia?

Hoje como muitos sabem é o dia internacional da mulher. Mas diferente do que muitos pensam o mais importante a se fazer no dia não é mandar flores e reconhecer a importância das mulheres em nossas vidas. Hoje é um dia de reflexão sobre as diferenças de oportunidades ainda existentes entre homens e mulheres, pensar nas agressões ainda sofridas pelas mulheres; enfim, é um dia de luta para que esse cenário mude.
Mas muitos podem pensar que o feminismo hoje já não faça mais sentido, pois as mulheres já possuem igualdade de oportunidades em relação aos homens e há leis que as protegem contra as agressões sofridas. Isso, na verdade, é uma percepção incorreta para aqueles que vivem nas grandes cidades, onde as oportunidades para as mulheres são boas (apesar de ainda não iguais às dos homens). Mas pensando, em termos mundiais, vemos que essa não é a realidade. Ela é muito assustadora e chega a ser inacreditável.
Ainda hoje em dia muitas mulheres continuam sem a possibilidade de escolher seu destino e a sofrer agressões físicas. Muitas são obrigadas a casar ainda quando crianças e viver sujeitas a um homem que nem conhecem e às suas famílias. Só para se ter uma noção do tamanho desse problema, são realizados 10 milhões de casamentos infantis (em que pelo menos um dos cônjuges é menor de idade) ao ano, sendo que 40% deles ocorre na Índia. Nesse país, cerca de 47% das meninas se casam antes dos 18 anos, sendo o 13º país do ranking. Apesar disso, o país que possui o pior índice na Ásia é Bangladesh, ocupando o 4º lugar, onde 2 em cada 3 meninas se casam antes da maioridade. Nos dois países, os casamentos infantis são ilegais, sendo que na Índia isso pode levar os responsáveis a uma multa de 2 mil dólares e dois anos de cadeia. Mas, apesar disso, a lei não é cumprida devida a falta de fiscalização.
Muitos podem pensar que isso é um costume da região e devemos respeitar, pois as mulheres já estariam “acostumadas” a se casar ainda crianças e não se importariam com isso. Mas ai que está o ponto: muitas declaram que preferiam se casar mais velhas e com quem quisessem, além de ter a oportunidade de estudarem mais (um dado interessante é de que a chance de uma menina se casar cedo quando ela estuda é 6 vezes menor). Além disso, em casamentos infantis, há o dobro de chances de queixas de agressões físicas das mulheres. Em casamentos desse tipo, há uma grande probabilidade da ocorrência de gravidez na adolescência, o que traz sérios riscos a saúde da mãe e da criança, quando não a morte de ambos. 
Com esses dados, eu tentei mostrar os casos mais fortes e óbvios em que a cultura machista ainda oprime as mulheres. Mas, ainda há exemplos mais sutis de machismo que causam opiniões controversas, como o caso da lista de itens da competição IntegraPoli (leia mais aqui). Logo, não só o movimento feminista faz sentido, como ainda tem muito pelo o que lutar. 
P.S.: Os dados usados nesse post foram mostrados no documentário “Meninas e Esposas” do canal Discovery Home & Health.

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