O ENEDS acabou…

O ENEDS acabou ontem e posso dizer que foi muito bom… Tivemos visões bastante distintas relacionados ao desenvolvimento social, indo desde a visão mais empresarial do eng. Sérgio Mindlin do Instituto Ethos de Responsabilidade Social Empresarial passando pel visão do Instituto de Tecnologia Social até a visão da economia solidária… Mas para variar o evento não lotou o anfiteatro, como qualquer evento que fala sobre desenvolvimento social. Como disse o Henrique Novaes, se fosse uma palestra sobre algum banco ou com grandes empresários do setor bancário, estaria lotado de gente. Mas quando há pessoas de comunidades falando elas não tem nada importante a dizer, nada a nós ensinar, não é mesmo? Mas enfim, quem não foi não por sua negligência ao assunto, mas por algum outro motivo “perdoável”, ainda pode assistir o evento em http://iptv.usp.br, basta procurar por ENEDS no campo de busca lateral.

O evento colocou dedos em feridas de algumas pessoas e infelizmente isso não dá para ver no vídeo. Na fala do Henrique Novaes, por exemplo, quando ele fez uma crítica severa ao fato do edifício em que estava ocorrendo o evento se chamar Mário Covas e isso ser um tanto quanto estranho, uns três professores da Poli-USP se retiraram do auditório e só voltaram depois de terminada sua fala. Sinceramente acho não só lastimável essa postura como ridícula e infantil, uma vez que em outras falas havia pessoas que não concordaram mas ficaram lá para ouvir e para discutir, questionar depois, o que sim é uma postura que acredito correta e coerente. Mas isso também deixa claro a postura extremamente conservadora da Poli-USP, em especial aos professores, que se acham a casta da universidade e detentores do verdadeiro saber.

O fato de existir programas na Poli como o Poli Cidadã já são de fato pequenas vitórias. Porém, esse programa ainda se mostra muito conservador em muitos sentidos e não disposto a quebrar o paradigma já existente de tecnologia, economia e sociedade. Talvez seja mais para “inglês ver”, talvez seja ingenuidade nossa achar que isso pode ser suficiente para mudar um pouco ou talvez queiramos nos enganar para ter nossa consciência “limpa”, dizendo que “isso é melhor que nada”, não sei…

Aprendi muitas coisas nessa edição do ENEDS, mas acho que sai com mais perguntas do que respostas, o que talvez a vida toda não seja suficiente para responder. Ainda sim, vejo coisas com mais clareza, sinto que encontrei algumas respostas para perguntas antigas e as perguntas com que saio são mais elaboradas e difíceis de responder do que as com que cheguei. Isso em si representa um grande crescimento em uma direção que nem dei bem qual é…

Bom, essas são minhas impressões!

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *