Estamos todos sofrendo de uma ressaca futebolística devido a surpreendente derrota do último jogo para a Alemanha. Não é a derrota o que mais nos deixou atônitos, mas a forma como ela ocorreu, um festival de gols que mais parecia “joguinho da rua de trás”. É normal ficar “tristes”, incomodados com o que ocorreu ontem em campo, afinal, ninguém quer ver seu país perdendo e mais ainda de uma forma tão surreal quanto a de ontem.
Mas, apesar disso, não vou queimar minhas bandeiras e nem vou xingar o técnico. Não vou deixar de gritar “Eu sou brasileira, com muito orgulho, com muito amor”. Eu tenho sim orgulho de ser brasileira, apesar de ser crítica e saber quantos defeitos ainda temos enquanto país. Mas, ainda sim, esse é um país que me acolhe, com o qual me identifico e pelo qual eu quero lutar.
Perder um jogo não define a moral de um país. Xingar sua presidente enquanto representante do seu país mostra mais uma baixa moral do que perder. Sejamos a favor ou contra a política atual, não importa, aquela que está no poder é a nossa representação perante os outros países, devemos sim respeitá-la e xingar não é respeitar ninguém. Você ser contra alguma coisa, não lhe dá o direito ao desrespeito e muito menos de xingar.
Perder um jogo não define a moral de um país. Mas vaiar o hino de um outro país que esteja sendo adversário mostra mais uma baixa moral do que perder. O outro país é um adversário em campo, jamais um inimigo. Erros dos outros nunca justificam os nossos próprios erros. Vaiar o hino de um país porque alguns torcedores daquele país tentaram invadir as arquibancadas em outro jogo é tentar fazer isso.
Pode até ser que Copa não se faça com hospitais e escolas, mas tenho a mais profunda convicção de que uma Copa se faz com educação, não aquela de livros, mas aquela de valores internos. Brasil, o país do Futebol, já está em um jejum de títulos há algum tempo. E o povo reclama. Será que verei o dia em que as pessoas reclamarão do jejum de educação nesse país?