Mais mulheres na história da Internet

Continuando na mesma linha do meu post “Mulheres na história da Internet“, encontrei mais mulheres inspiradoras que merecem ser destacadas nessa história.

Hedy Lamarr

Nasceu em 1914 na Áustria e foi uma conhecida atriz de Hollywood na década de 1940, inclusive tendo estrelado o filme “Sansão e Dalila”. Porém, sua maior contribuição está fora da área cinematográfica.
Durante a Segunda Guerra Mundial, ela se juntou ao compositor George Antheil e desenvolveram o conceito para ajudar a criar códigos com uma criptografia inquebrável para a comunicação da Marinha dos EUA, o que seria capaz de despistar radares nazistas.
O sistema permitia proteger comunicações sem fio ao variar aleatoriamente a frequência em que os sinais são transmitidos: o canal era mudado sem que o inimigo soubesse quais bandas poderia bloquear pra barrar a transmissão.
Em 1941, ela submeteu sua invenção ao Departamento de Guerra norte-americano, que o recusou. Em 1942, ela patentou a tecnologia. Porém, a tecnologia não foi utilizada até a década de 1960, quando foi provado que o sinal era mais forte quando transmitido em múltiplas frequências. Isso possibilitou diversas formas de comunicação wireless, como a telefonia celular – o conceito de frequências múltiplas aleatórias é o que faz com que as conversas por celular não fiquem cruzadas. Em 1962, quando a patente já havia expirado, a tecnologia passou a ser utilizada por tropas militares americanas em Cuba.
Mas foi só em 1997 que o papel de Hedy Lamarr no desenvolvimento das redes sem fio foi reconhecido quando ela ganha um prêmio da Electronic Frontier Foundation. Bluetooth e Wi-Fi não existiriam sem o sistema criado por ela.

Radia Perlman

Radia nasceu em 1951 e é uma cientista da computação formada no MIT. Se Vint Cerf é conhecido como o “pai da Internet”, Radia Perlman faz jus ao título de “mãe da Internet” devido ao seu papel importante no desenvolvimento do protocolo Spanning-Tree (STP), que é essencial para o funcionamento atual da Internet.
No início da sua carreira acadêmica, trabalhando sob a supervisão do professor Seymour Papert, ela desenvolveu uma versão amigável às crianças da linguagem educacional LOGO, chamado TORTIS. Durante a pesquisa realizada entre 1974 e 1976, crianças, sendo as mais jovens com idades de 3 anos e meio, programaram em LOGO usando uma tartaruga. Radia é tida como uma pioneira no ensino de programação a crianças.

Ela também fez importantes contribuições à área de segurança da redes, que incluem modelos de confiança para a Infraestrutura de Chaves Públicas, expiração de dados e algoritmos distribuídos resilientes a participantes maliciosos. 

Ela tem inúmeros livros publicados na área de redes e tem ministrado cursos na Universidade de Washington, Universidade de Harvard e MIT. Perlman detém mais de 100 patentes e já ganhou diversos prêmios, como o Internet Hall of Fame pelo seu papel de Pioneira, no ano de 2014. Para quem quiser saber mais sobre Radia Perlman, veja em: Internet Hall of Fame.


Com essas duas mulheres inspiradoras da área da Internet, venho aqui convidar a todas e a todos ao debate quanto à situação atual das mulheres nas empresas das áreas de tecnologia, deixando mais o infográfico abaixo para reflexão.

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