Apesar das mulheres estarem participando cada vez mais do mundo da computação nem tudo são flores.

Hoje eu recebi uma notícia que me fez lembrar do preconceito que ainda as mulheres sofrem quando exercem profissões relacionadas à tecnologia: Problemas no Ruby on Rails: não gostamos de mulheres.

Sem entrar muito no mérito da notícia e do caso que ela trata, gostaria de propor uma reflexão sobre esse assunto importante que é preconceito contra o sexo feminino.

Na maioria dos lugares que tive oportunidade de estagiar não tive problemas com relação a isso. No geral, fui bem tratada, mas não super-protegida (ainda bem porque isso também é preconceito só que ao contrário).

Infelizmente, em um dos meus estágios, tive a experiência de sentir algumas atitudes preconceituosas em relação a mim. Era a única desenvolvedora da equipe (o que é bem comum). O preconceito não era aberto, mas “velado” e acho que esse é pior tipo. Primeiro porque é muito mais difícil ter abertura para discutir o problema para tentar resolvê-lo. Além disso, o sentimento de quem sofre o preconceito é muito pior nesse caso, pois a pessoa começa a duvidar se realmente não é algo da sua cabeça, se não é mania de perseguição, etc…

Isso acaba fazendo com que, por vezes, você se sinta uma pessoa não desejada na equipe e provocando um desânimo na realização das tarefas, como se estivessem sugando as suas energias…

Nesse caso, você acaba tendo só duas possibilidades:

• Sente-se desafiada a provar que é melhor para que seja aceitada na equipe como um membro ou
• Sente-se apática e acaba dando motivos para que seja ainda mais excluída.

Se você escolher a primeira opção, pode ser que você acabe por “carregando” a equipe nas costas e pior sem ter nenhum reconhecimento, respeito e aceitação do mesmo modo.

Se escolher a segunda, isso será um auto-flagelo e trabalhar será um inferno, quando não um lugar para se deprimir.

A opção que escolhi foi a primeira, pois queria mostrar que era forte e não queria deixar me abater. Apesar de ter me saído bem não gostei da experiência e sinceramente no último mês de estágio não via a hora de acabar logo tal cansaço “mental” isso fez comigo. Fui elogiada pelos chefes, mas a equipe nunca me aceitou como um membro efetivamente.

O melhor mesmo é procurar um lugar que te respeite e te aceite, pois onde há preconceito é muito difícil ter diálogo a ponto de se mudar o jogo radicalmente. Sempre acaba ficando uma cicatriz e a relação será sempre “estranha”.

Gostaria de entender porque existe ainda esse preconceito contra o “sexo oposto”.

Talvez seja algo do instituto animal do homem de achar que a mulher é mais frágil, por isso deve protegê-la de algo que ela não tem capacidade de fazer.

Talvez seja cultural, sendo que os homens se acham realmente superiores e devem continuar dominando porque assim foi durante todos os séculos (porque agora seria diferente?). Ou pior, as próprias mulheres acham que os homens são superiores e criam seus filhos para acreditar nessa superioridade e perpetuar esse preconceito.

Talvez seja um pensamento racional do tipo “Já tenho que competir com outros homens por emprego e agora vou ter que competir com mulheres também? Aumentou a concorrência para mim, preciso me defender de algum modo!”. Ou um outro raciocínio “Competir com homem é mais fácil! Já com mulher é mais difícil porque ela tem competências bem mais diferentes das minhas do que outro homem”.

Ou talvez seja uma combinação das suposições acima!

Não estou aqui pregando a superioridade feminina, acredito na complementariedade de competências entre homens e mulheres. E que nenhuma competência é exclusiva de apenas um sexo (há sim uma predominância de competências em um dos sexos, mas nunca a exclusividade).

Reflitam e comentem!!!