Continuo procurando mulheres na área de tecnologia e computação que sejam inspiradoras e possam servir de “modelo” a seguir para nós mulheres da área de tecnologia.
Por esses tempos, me deparei com um nome muito pouco conhecido, mas de extrema relevância para a história da humanidade: Margaret Hamilton. Alguém aqui já ouviu falar dessa mulher? Pois bem, nem eu havia ouvido falar e olha que eu sempre estou antenada no assunto.
Margaret Hamilton, nascida em 1936 nos Estados Unidos, é uma cientista da computação, engenheira de software e empresária. Ela foi diretora da Divisão de Software no Laboratório de Instrumentação do MIT. Esse laboratório desenvolveu nada menos que o programa de vôo usado no projeto Apollo 11, a primeira missão tripulada à Lua. E quem comandava a equipe era a nossa querida Margaret Hamilton.
Todos nós nos lembramos do primeiro homem a pisar na Lua, o Neil Armstrong, mas sabemos muito pouco dos bastidores da missão como um todo e muito menos ainda sobre mulheres envolvidas nisso.
O trabalho de Margaret Hamilton evitou que o pouso na lua da Apollo 11 fosse abortado.
Quando faltavam cerca de 3 minutos para o pouso da Apollo 11 na lua, um dos radares responsáveis por ajudar o módulo lunar a voltar para o módulo de comando começou a enviar vários alarmes. O computador ficou sobrecarregado com atividades desse radar, desnecessárias para o pouso. Isso fez com que o computador quase ficasse sobrecarregado, sem capacidade de processar as tarefas necessárias para o pouso.
Porém, Hamilton antecipou o problema, projetando um software com arquitetura robusta o suficiente para que o sistema da Apollo suportasse essa sobrecarga, funcionando de maneira que as atividades prioritárias interrompessem as menos prioritárias. Por ter escrito o código do computador, ela sabia que ele seria capaz de realizar o pouso, pois foi programado para desconsiderar as tarefas desnecessárias no momento do pouso. Se o software não tivesse funcionado, o pouso na Lua não teria acontecido há 46 anos.
Muito incrível, né?
Em uma entrevista para a Vox, Margaret disse que naquele tempo as mulheres não eram mais respeitados do que atualmente. Os homens viam a programação como uma atividade fácil e menos importante que o desenvolvimento de hardware. Por isso, as mulheres acabavam se tornando programadoras.
Isso mostra que a realidade que as coisas pouco evoluíram desde aquela época e que precisamos continuar debatendo sim o aumento da diversidade no ambiente de trabalho na área de tecnologia, em especial a participação das mulheres. Pois, nós, mulheres, somos a única maioria tratada como minoria e precisamos mudar esse cenário, não subjugando ninguém, mas sim alcançando o respeito necessário.
Vamos nos inspirar nesses mulheres incríveis e continuar a nossa luta diária, ainda que silenciosa, mas de extrema importância para alcançar a sociedade que queremos.
P.S.: Quem quiser ler mais sobre Margaret, veja:
Revista Galileu
Vox
Wikipedia